segunda-feira, 14 de julho de 2014

direto do forno. se não fosse um daltônico musical já iria com música cifrada, este samba em lamento

FLORA

Samba do ventre negro

Eu grito em Iorubá
Dor, que dor, dor
Meu filho o sabiá
Dor, que dor, dor.

O caroço oco veio no ventre
Jatobá do esquecimento
Cunho mundo negro - inteiro
No fundo de meu seio ao meio

Cruel destino ventre livre
Só uma mulher sente
Meu filho escravo vive
Filho indigno e ausente

Eu grito em Iorubá
Dor, que dor, dor
Meu filho o sabiá
Dor, que dor, dor.

Mesmo sendo meu homem
Negro livre, mestiço ou branco
De qualquer cor, o meu canto
Será ao filho cego, surdo, manco.

Eterno escravo meu ventre
Arranca dentro o tormento
De uma mulher negra aos flancos
Memória aflora lamento ao vento

Eu grito em Iorubá
Dor, que dor, dor
Meu filho o sabiá

Dor, que dor, dor.

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